Crise à vista. O governo do presidente kirchnerista Alberto Fernández, na Argentina, pretende transformar em lei uma nova demarcação da plataforma continental da Argentina, além de 320 quilômetros, o que, na prática, cobre o território das Ilhas Malvinas, cuja soberania é disputada com o Reino Unido.
O argumento do governo é de que demarcação foi "concedida pela comissão técnica das Nações Unidas em 2016".
- Agora vamos transformá-la em uma lei nacional - diz ele.
A nova delimitação foi proposta pela Argentina em 2009, após mais de uma década de estudo. Conforme o governo, trata-se de "uma segunda Argentina" que lhes pertence. Ou seja, uma área de 1,3 milhão de quilômetros quadrados que cobre, além das Ilhas Malvinas (que os britânicos chamam de Falklands), as ilhas Geórgia do Sul e Sandwich do Sul. A Argentina teria direito ao leito, ao subsolo e, obviamente, à coluna d'água. superior.
Dois outros projetos apresentados buscam criar um Conselho Consultivo Nacional para as Políticas das Malvinas, que elabora políticas estatais com relação às Ilhas e aumenta as sanções para quem pratica pesca ilegal nas águas argentinas, segundo um comunicado oficial. O anúncio foi feito para comemorar na quarta-feira (10) o dia da afirmação dos direitos argentinos sobre as Ilhas Malvinas, Geórgia do Sul e Sandwich do Sul e os espaços marítimos ao redor.
O presidente Alberto Fernández confirmou no Twitter a "demanda pacífica pelo fim do colonialismo e o pleno exercício da soberania" sobre as Malvinas, enquanto um vídeo do Ministério das Relações Exteriores insistia na "necessidade de retomar as negociações bilaterais o mais rápido possível".
A disputa pela soberania das Malvinas levou Argentina e Grã-Bretanha a se enfrentarem em 1982, em uma guerra que durou 74 dias e terminou com a rendição do país sul-americano. No conflito, 649 argentinos e 255 britânicos morreram.
É uma característica de regimes nacionalistas argentinos, como os de Néstor Kirchner e Cristina Kirchner (atual vice de Fernández) a reivindicação do território.