Passada a pior fase da pandemia na Europa, alguns países começam a buscar os responsáveis pela gestão da crise do coronavírus.
Na Itália, a Justiça vai ouvir o primeiro-ministro Giuseppe Conte. A promotoria de Bérgamo, no norte do país, um dos principais focos da epidemia, quer entender como o governo central atuou, nos bastidores, para a tomada de decisão sobre o fechamento ou não da economia e outras medidas de isolamento, período de lockdown, demora na reação e manejo da reabertura. Os promotores também solicitaram o depoimento da ministra do Interior, Luciana Lamorgese, do ministro da Saúde, Roberto Speranza, e do diretor do Instituto Superior de Saúde, Silvio Brusaferro.
A promotoria de Bérgamo recebeu cerca de 50 queixas nesta quarta de um grupo de familiares das vítimas por negligência e erros no manejo da pandemia. A investigação refere-se também à demora em declarar os municípios de Nembro e Alzano Lombardo, particularmente afetados, como "zona vermelha".
Os promotores já ouviram os depoimentos de alguns políticos, incluindo o governador da Lombardia, Attilio Fontana, e seu assessor para a Saúde, Giulio Gallera. O objetivo é estabelecer tecnicamente quem foi responsável por declarar as "zonas vermelhas" durante o início da crise: o governo central ou as autoridades da região da Lombardia.
Morreram no país 34 mil pessoas por coronavírus.