A despeito dos impactos geopolíticos que virão a partir da má gestão brasileira da crise do coronavírus, com isolamento internacional, deterioração da imagem do país lá fora e efeitos econômicos a médio e longo prazos, a pandemia deverá mostrar, dentro de 20 dias, em algo concreto, o resultado negativo de se ter uma situação sanitária descontrolada.
No próximo dia 1º de julho, países da União Europeia (UE) voltarão a abrir suas fronteiras oficialmente a nações de fora do bloco. E, tudo indica, que os brasileiros ficarão de fora, o que, de imediato aprofunda a crise no setor turístico nacional.
Conforme anunciou nesta quinta-feira (11) a Comissão Europeia, órgão executivo da UE, serão observados rígidos protocolos de controle para evitar surtos de coronavírus - e, pior, uma segunda onda da pandemia no continente. Haverá testes, rastreamento de contatos e outras medidas de prevenção. A principal delas será a restrição a viajantes de nações que encontram-se com avançados níveis de infectados e mortes por covid-19. É o caso do Brasil, onde, segundo último balanço do Ministério da Saúde, há 39.680 mortes 772.416 casos confirmados até a tarde de quarta-feira (10).
Na prática, a medida da UE significa que viajantes brasileiros (e de outras nações com altos índices de contágio) provavelmente não poderão entrar por enquanto nos países da UE. A lista de países que terão o ingresso permitido começou a ser elaborada nesta quinta-feira.
A partir de segunda-feira, as nações que integram o acordo Schengen (todas do bloco econômico mais Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça) abrirão as fronteiras para os viajantes dessas nações entre si. Para fora da UE, a abertura seria feita neste mesmo dia, mas a comissão sugeriu o adiamento para 1º de julho.
O número de mortes no Brasil por dia (1.274 nas últimas 24 horas) é maior do que o registrado nos Estados Unidos e no Reino Unido. No caso americano, viajantes brasileiros ou procedentes do país não podem ingressar nos Estados Unidos a menos que tenham passado 14 dias em outro país. A decisão foi anunciada pelo presidente Donald Trump em 24 de maio.