O uso da bandeira azul e branca de Israel por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, neste domingo (3), durante ato contra o Congresso, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o ex-ministro Sergio Moro, provocou críticas de entidades judaicas, que buscam se distanciar da manifestação de viés autoritário.
No Estado, a Federação Israelita do Rio Grande do Sul (Firs) considerou a aparição do símbolo de Israel "desnecessário", em especial em um "espaço com manifestações antidemocráticas".
- Primeiro, porque Israel é um país com uma democracia muito forte, consolidada, e certamente não tem qualquer afinidade com ideologias totalitárias ou qualquer intenção de golpe e/ou intervenção militar. Segundo, porque não contribui em nada para a imagem do Estado (de Israel) o uso das bandeiras nesse tipo de agenda. Pelo contrário, gera uma imagem ruim na medida que está se associando ao país ideias e solicitações que levam ao totalitarismo - afirma o presidente da entidade, Sebastian Watenberg.
Por meio de nota, a Firs destaca que não pode, por meio de vias institucionais, proibir ou autorizar o uso da bandeira, uma vez que a liberdade de expressão permite que lá estejam pessoas empunhando as bandeiras e respondam, individualmente, por qualquer consequência em virtude disso. No entanto, a entidade salienta que as aparições das bandeiras não significam uma presença institucional.
- Não estavam lá o Estado de Israel, a comunidade ou qualquer entidade de representação oficial - explica Watenberg.