Juan Guaió, autoproclamado presidente da Venezuela, promete retornar ao país nesta segunda-feira (4), depois de vários dias fora das fronteiras do país. O período serviu para testar o apoio dos governantes latino-americanos a sua causa. Ele esteve na Colômbia, no Brasil, no Paraguai, na Argentina e no Equador. Recebeu aplausos, honras de chefe de Estado, como em Brasília com o presidente Jair Bolsonaro, e garantiras de que é o "presidente legítimo" da Venezuela.
Agora, ao prometer voltar, Guaidó joga no colo de Nicolás Maduro um dilema: prendê-lo ou não.
O líder da oposição desobedeceu a uma ordem judicial que o proibia de deixar a Venezuela. A decisão, claro, está carregada de questionamentos já que o sistema judiciário venezuelano é fantoche do regime chavista-madurista.
Guaidó, presidente da Assembleia Nacional, não informou detalhes sobre como pretende retornar à Venezuela nem o momento exato de sua chegada. As promessas são para perto do meio-dia (11h no horário de Caracas). Mas, assim como saiu de surpresa de seu país, aparecendo em Cúcuta (Colômbia) no dia 22 de fevereiro de forma até agora misteriosa, provavelmente ingressará na Venezuela com ajuda de contatos — sem passar pela alfândega madurista.
Maduro deve decidir:
1) Vai prender Guaidó e provocar uma forte reação internacional — o que Estados Unidos, Brasil e Colômbia fariam, por exemplo? Mais palavras duras e sanções ou uma ação militar até agora descartada?
2) Deixar Guaidó entrar no país com tranquilidade. Assim, assumiria o risco de virar piada, tendo sua autoridade questionada internamente.
A oposição venezuelana já provou que precisa de fatos políticos para manter em alta a ideia de derrubar a ditadura. O 23 de janeiro e o 23 de fevereiro não foram suficientes. Agora, é a vez do 4 de março.