O líder opositor venezuelano, Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino por mais de 50 países, recebeu nesta sexta-feira um firme apoio do governo do Paraguai, de onde anunciou que, quando voltar a Caracas, continuará a convocar manifestações contra Nicolás Maduro.
"Na Venezuela, vamos conquistar a democracia. Muito em breve voltamos a Caracas para continuar mobilizados nas ruas, apesar dos riscos. Vamos continuar lutando", disse Guaidó.
"Apenas o sequestro de algumas armas impede a liberdade total e a democracia em meu país. Não é suficiente conter os ideais de liberdade, democracia e solidariedade perante o mundo", acrescentou ele em mensagem no Palácio do Governo.
Guaidó foi recebido com honras militares como chefe de Estado pelo presidente Mario Abdo. "Recebo o abraço fraterno de um povo irmão e decidido a cooperar com esse processo", disse ele depois de agradecer ao Paraguai por seu apoio e solidariedade.
O líder da oposição foi para o Paraguai como parte de uma turnê em busca de apoio que já o levou à Colômbia e ao Brasil e continua na Argentina, onde será recebido nesta sexta-feira pelo presidente Mauricio Macri.
Guaidó chegou a Assunção em um voo particular vindo de Brasília, um dia depois de uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro.
O presidente paraguaio o recebeu na esplanada do Palácio do Governo, onde os hinos dos dois países foram entoados.
Ao seu lado, Abdo disse que a liderança de Guaidó "representa a esperança de todo um povo".
"O problema que a Venezuela atravessa pode ser o problema de outro país amanhã. Isso se trata apenas de um momento conjuntural. O Paraguai e o mundo devem ser claros na defesa dos valores democráticos libertários", declarou.
Cerca de 20 simpatizantes de Maduro se manifestaram contra a recepção a Guaidó em frente à Chanceleria.
"Não à intervenção imperialista", "Guaidó golpista, fora do Paraguai", diziam seus cartazes.
* AFP