Bolsonaro e Trump
Terça-feira, 19 de março de 2019, foi o dia em que o Brasil sacramentou, simbolicamente, sua aliança carnal com os Estados Unidos da era Donald Trump.
O Planalto cedeu em várias medidas concretas: aluguel da base de Alcântara, liberação de vistos para americanos e na área comercial, abrindo mão de privilégios da Organização Mundial do Comércio (OMC). Em troca, recebeu uma carta de intenções: apoio para entrada na OCDE e aproximação com a Otan.
Discurso de guerra
Nas entrelinhas da declaração final após encontro no Salão Oval, na Casa Branca, ficou a sensação de que os EUA — com o apoio do Brasil — têm um plano para a troca de regime na Venezuela que inclui o uso da força. Bolsonaro tergiversou diante dos questionamentos dos repórteres se o Planalto apoiaria uma invasão, alegando razões estratégicas.
Chanceler paralelo
O deputado federal Eduardo Bolsonaro, no encontro do pai com Trump, na terça-feira (19) roubou a cena no Salão Oval. Ocupava lugar que deveria ser do chanceler Ernesto Araújo.
O próprio Trump teria convidado o filho do presidente a permanecer. O Itamaraty saiu menor de Washington.
Jantar ideológico
A visita a Trump foi antecedida por vários encontros entre os homens fortes do Planalto com o guru Olavo de Carvalho e Steve Bannon, ex-estrategista de Donald Trump.
As relações com a China mostraram cisão no governo: Olavo chegou a chamar o vice Hamilton Mourão de "idiota" e teceu críticas à China. Na segunda-feira (18), o ministro Paulo Guedes colocou ordem na casa: afirmou que o Brasil quer aprofundar os negócios com os EUA, mas que irá comercializar com todos.
Mortes na África
O ciclone e as enchentes que varreram o sudeste da África afetaram mais de 2,6 milhões de pessoas e pelo menos 350 mortes foram confirmadas pelas autoridades locais.
É um dos piores desastres relacionados ao clima já registrados no Hemisfério Sul. O presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, disse que mais de 200 mortes já foram confirmadas só no país e que o número pode chegar a mil. Há mortos em outros países da região.
Adiamento do Brexit
Líderes da União Europeia reunidos em Bruxelas aprovaram, na quinta-feira (21), o adiamento do desligamento britânico do bloco, o Brexit, para 22 de maio, véspera do início das eleições para o Parlamento Europeu.