A Colômbia transformou-se em um dos melhores países da América Latina, com crescimento de 3% a 4% ao ano, apinhada de exemplos de cidades que derrubaram índices de homicídios e que conseguiu pôr fim a 40 anos de guerra civil. O desafio do novo presidente, Iván Duque, que assumiu na terça-feira, é não retroceder em relação à paz alcançada pelo antecessor, Juan Manuel Santos. O acordo nascido a fórceps não é perfeito, mas é o melhor possível.
Duque conquistou o eleitorado com a promessa de fazer ajustes a essa concertação com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), entendida pela oposição como branda demais aos guerrilheiros, entre eles assassinos agora anistiados.
As primeiras manifestações após a posse colocam a outra guerrilha ainda ativa, o Exército de Libertação Nacional (ELN), contra a parede: deve renunciar às práticas de sequestros, extorsões, assassinatos e atentados ou irá perder o direito à justiça alternativa, aplicada às Farc. Nesse caso, seria tratada como grupo criminoso comum.
Passos atrás são sempre possíveis e temerários: haja vista decisões de Donald Trump, que rasgou acordos multilaterais quando se imaginava que o mundo caminhava para arrefecer tensões com antigos inimigos. Cabe a Duque encontrar meio termo para não recuar de uma página virada da história do país e, ao mesmo tempo, agradar a seus eleitores.