A reeleição de Nicolás Maduro na Venezuela ocorreu há apenas dois dias, mas, se algo ocorrer a ele, o chavismo-madurismo já tem preparado um substituto mais radical do que o atual rei da falida Venezuela e mais chavista até do que o próprio Hugo Chávez.
Trata-se de Tareck el-Aissami, o atual vice-presidente, que já está sendo gestado para substituir Maduro em 2024, no fim do mandato, ou caso o presidente fique incapaz de governar – por golpe, prisão ou morte.
Com ascensão meteórica nas fileiras bolivarianas, El-Aissami, 42 anos, advogado criminalista, se autoproclama "radicalmente chavista" e é visto como a mão-de-ferro por trás das fileiras do regime. Ou seja, o que é ruim pode piorar.
De origem sírio-libanesa, El-Aissami chamou a atenção de Chávez quando era dirigente estudantil. Seu pai, Carlos el-Aissami, participou do fracassado golpe de 1992. Fora preso, assim como Chávez pela revolta militar.
Na Universidade de Los Andes, onde se formou, El-Aissami foi aluno de Adán Chávez, irmão de Chávez. Em 1998, quando o presidente chegou ao Palácio de Miraflores, o rapaz era líder da Juventude do Movimento Quinta República, do presidente.
Foi eleito deputado, mas logo foi alçado a vice-ministro de Segurança e, na sequência, titular da pasta de Interior e Justiça. Nesse período, foi acusado de narcotráfico e lavagem de dinheiro em investigação realizada pelas promotorias de Miami e Nova York. Também teria laços com o grupo extremista libanês Hezbollah, segundo reportagem do jornal espanhol ABC que contou sobre uma reunião, em 2013, com Ghazi Nasr al-Dine, um dos dirigentes da organização considerada terrorista por União Europeia e Estados Unidos.
Foi às vésperas do referendo revogatório, no ano passado, que Maduro, ao se sentir ameaçado com o resultado que viria, nomeou El-Aissami vice-presidente.
Vaidoso, aparece sempre bem vestido em ternos impecáveis e cabelo bem penteado. No Twitter, derrama-se em uma verborragia agressiva contra inimigos políticos – a quem chama assim mesmo, de inimigos e não adversários. Certa vez, por exemplo, desafiou em linguajar grosseiro o principal líder da oposição, Henrique Capriles a marchar contra o Palácio de Miraflores.
Quanto mais as acusações contra El-Aissami cresciam – entre denúncias da oposição e as investigações da promotoria americana – mais ele era alçado a homem de confiança de Maduro e seu sucessor.