Não é todo dia que o ditador norte-coreano Kim Jong-un aparece em público. Muito menos em público em durante um show. Menos ainda em público, em um show de jovens artistas pop SUL-COREANOS. Sim, você leu SUL-COREANNOS. E o espetáculo foi em Pyongyang, capital do regime comunista. Normalmente sisudo, ele até esboçou sorrisos. E aplaudiu muito.
Foi no final de semana no primeiro evento com cantores do país vizinho em mais de 10 anos. Os dois países estão tecnicamente em guerra desde 1950. O fim das hostilidades, em 1953, veio com um armistício. Nunca um acordo de paz.
A presença de Kim e sua mulher, a ex-cantora Ri Sol-ju, no show foi um fato inédito, uma vez que o regime norte-coreano costuma impedir qualquer infiltração da cultura sul-coreana em seu território.
Kim tornou-se, assim, o primeiro líder de seu país a ir a um espetáculo apresentado por sul-coreanos. No Grand Theatre de East Pyongyang lotado, ele foi visto aplaudindo várias vezes os artistas, ao lado do do ministro de Cultura, Desporto e Turismo sul-coreano, Do Jong-hwa.
Nos bastidores, cumprimentou os músicos e tirou fotos com eles. Entre os 160 artistas que se apresentaram estavam a banda de mulheres Red Velvet e outras conhecidas figuras do K-pop.
O show foi um novo sinal do rápido degelo das relações entre as duas Coreias, iniciado durante os Jogos Olímpicos de Inverno celebrados em fevereiro na cidade sul-coreana de Pyeongchang. Em abril, deve ocorrer o primeiro encontro entre Kim e o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, em 27 de abril.