As últimas esperanças de se encontrar vivos os 44 marinheiros argentinos a bordo do ARA San Juan praticamente acabaram com o relato do porta-voz da marinha Enrique Balbi na manhã desta quinta-feira. Ele confirmou que, no dia 15, último contato do submarino com a superfície, houve uma explosão a bordo.
— Recebemos uma informação do embaixador da Áustria sobre um evento anômalo, singular, curto, violento e não nuclear semelhante a uma explosão — disse o capitão Balbo.
Não se sabe as causas. O militar salientou que o termo técnico para o incidente seria uma "implosão", porque teria ocorrido em um ambiente confinando como no caso do submarino. A informação foi divulgada, antes, aos familiares dos tripulantes, que fazem vigília na base naval de Mar del Plata, onde houve cenas dramáticas e de revolta.
— São desgraçados perversos. Nos manipularam. Mentiram — disse Itatí Leguizamón, mulher de um tripulante.
Ou seja, confirmada a explosão, tudo indica que o submarino deve ter despencado até o fundo do mar. Todos os marinheiros devem estar mortos.
Trata-se, sem dúvidas, da maior tragédia militar argentina desde o afundamento do navio ARA General Belgrano durante a Guerra das Malvinas, em 2 de maio de 1982. A embarcação, à época, foi levada à pique pelo submarino nuclear britânico HMS Conqueror. Na ocasião, morreram todos os 323 argentinos a bordo.