Uma explosão foi registrada no mar no mesmo dia do desaparecimento do submarino argentino com 44 tripulantes, em 15 de novembro. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (23) pelo porta-voz da Armada (Marinha argentina), Enrique Balbi.
— Tratou-se de um evento anômalo, singular, curto, violento e não nuclear semelhante a uma explosão nessa zona (do desaparecimento) do Atlântico — afirmou o porta-voz.
O relatório "coincide com a informação recebida dos Estados Unidos", no dia do sumiço do submarino, a respeito de uma "anomalia hidroacústica detectada às 10h31min (11h31min de Brasília)", cerca de três horas após a última comunicação do ARA San Juan com sua base.
Uma explosão repentina em imersão poderia explicar a ausência de sinais de emergência, como a liberação de balsas ou radiobalizas para ajudar no resgate.
Sete dias de intensas tempestades na zona de busca provocaram a esperança de que o capitão do submarino poderia ter optado por assegurar a navegação submersa em vez de emergir, como indica o protocolo quando se perde toda a comunicação com as bases em terra.
Agora, considera-se praticamente descartado que o submarino tenha mantido a possibilidade de propulsão, já que a embarcação não foi localizada na rota que deveria seguir — de Ushuaia, no extremo do país, até o porto de Mar del Plata, 400 quilômetros ao sul de Buenos Aires, aonde deveria ter chegado entre domingo (19) e segunda-feira (20).
O diretor do Centro de Pesquisas Marítimas da Argentina, contra-almirante Guillermo Delamer, pediu paciência.
— O ruído ainda não pode ser atribuído ao submarino — afirmou.
O som foi detectado a 400 quilômetros da costa e 60 quilômetros ao Norte da última posição comunicada pelo submarino.
"Uma das versões mais verossímeis é a de uma explosão provocada por um curto-circuito no bloco de 960 baterias que dão energia ao TR-1700", afirma o jornal La Nación.
Na base naval de Mar del Plata, quase cem parentes de militares aguardam notícias e recebem o apoio de psicólogos e médicos.
O acesso da imprensa ao local foi vetado. O alambrado ao redor da base está repleto de mensagens religiosas, bandeiras argentinas e mensagens de força aos tripulantes e suas famílias.