Enquanto o mundo olhava aturdido para o massacre de Las Vegas, um passo quase silencioso foi dado no Oriente Médio rumo à paz. Depois de três anos sem se falar, representantes de dois partidos palestinos, Hamas e Fatah, se reuniram, em um ensaio para uma reconciliação.
A luta entre os dois grupos alimenta por anos um conflito entre irmãos. A Fatah, braço mais moderado palestino antigamente liderado por Yasser Arafat, domina a Autoridade Nacional Palestina (ANP), que administra a Cisjordânia. O Hamas, grupo extremista, com 25 mil combatentes, controla a Faixa de Gaza.
Em 2007, o Hamas expulsou da Faixa de Gaza a ANP. Desde então, o território vive isolado por Israel, a com a população sofrendo com cortes diários de luz e escassez de alimentos.
Os palestinos parecem ter se dado conta de que só terão um Estado reconhecido e independente se unirem forças políticas. Resta saber se o Hamas passará todo o controle civil e militar de Gaza (território menor do que a Porto Alegre) à ANP, condição para que os moderados voltem a administrar o território. Também é importante a questão da falta de continuidade do território palestino - não apenas a Cisjordânia é crivada de colônias judaicas como não há ligação entre esta e a Faixa de Gaza.
O governo israelense se opõe à reconciliação palestina - exige que o Hamas deponha armas e que reconheça o Estado de Israel. Algo improvável a médio prazo. Até porque Israel não reconhecerá o território palestino tão cedo.