Depois da França, a Alemanha é a bola da vez do terrorismo do Estado Islâmico - confirme-se ou não a autoria do ataque de segunda-feira, quando um motorista avançou com o caminhão sobre pessoas em uma feira de Natal no coração de Berlim. Este é o quarto atentado no país em 2016. Em julho, um ataque a bomba deixou um morto e 12 feridos em Ansbach, no sul da Alemanha. O autor era um refugiado sírio de 27 anos que carregava explosivos e morreu no local. Dias antes, um homem feriu com um machado e uma faca quatro pessoas, dentro de um trem que seguia para Würzburg. O responsável: um adolescente afegão de 17 anos que foi morto pela polícia.
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O maior de todos os ataques até essa segunda-feira havia sido em Munique, também em julho, quando um jovem matou nove pessoas e deixou 27 feridas em um shopping. O atirador tinha dupla nacionalidade - alemã e iraniana.
Não se sabe até o momento quem foi o autor do ataque de segunda-feira. Um paquistanês, preso próximo ao local do ataque, foi liberado ao longo desta terça-feira. Antes disso, todos os extremistas que atacaram na Alemanha eram imigrantes de países de maioria muçulmana - o Estado Islâmico reivindicou alguns dos ataques, mesmo que tenha se tratado de lobos solitários a serviço da causa, sem ligações diretas com o grupo extremista.
Essa constatação dá munição aos conservadores, que acusam Merkel por sua boa vontade com os refugiados. No auge da crise migratória, mais de 1 milhão de refugiados entraram na Alemanha em 2015. Atualmente, a taxa é de cem por dia.
Merkel, que tentará o quarto mandato nas eleições legislativas no ano que vem, está sob intensa pressão. Após 11 anos à frente do país, ela já ostenta o recorde de longevidade entre os atuais líderes ocidentais e tem grandes chances de se reeleger, passando para a história do país ao superar o chanceler do pós-guerra Konrad Adenauer e o próprio mentor da atual chanceler, Helmut Kohl.
Isso se o terrorismo permitir.