Renato vai ouvir o torcedor. Ele já havia falado isso em entrevista coletiva sobre a sua permanência ou não no Grêmio e reforçou na exclusiva que concedeu ao nosso colega e repórter Marco Souza. O que ele ainda não tinha dito é que havia ficado chateado com as vaias no anúncio do seu nome, no último jogo da Arena. Não tem como ouvir uma chateação de um ídolo e não ter esse mesmo sentimento.
Por mais que a temporada não tenha sido como gostaríamos, a nossa relação com Renato é e sempre vai ser de amor, carinho e respeito. Esses sentimentos devem prevalecer acima de qualquer coisa. Penso que o que temos hoje é uma espécie de “casamento desgastado”. Sabe quando as coisas não estão mais em sintonia dentro de casa? Por ter essa impressão, não gostaria que o rompimento fosse ruim para nenhum lado.
Essa é a primeira temporada que Renato é extremamente contestado por boa parte da torcida. É a primeira vez de todas as suas passagens que o Grêmio não conquista ao menos uma vaga de Libertadores. E a primeira vez também que foi vaiado e chamado de “burro” pela arquibancada.
Teve enchente? Teve. E o impacto da tragédia está escancarado nos números de turno e returno do Brasileirão. No primeiro, menos de 30% de aproveitamento. No segundo, quando as coisas começaram a se ajeitar, o Grêmio está entre as cinco melhores campanhas.
Mas é bem verdade também que teve muito erro. Da direção e de Renato. Estamos em novembro e até hoje não conseguimos jogar um bom futebol ou ao menos ter um padrão de jogo. O Grêmio de 2024 é inconfiável e, por vezes, mostra-se bagunçado. O trabalho foi muito aquém das expectativas.
Porém, Renato é Grêmio demais e sempre vai ser nosso. Se no final da temporada entendermos que é hora de nos separarmos, e eu, infelizmente, acho que sim, deve ser da maneira mais tranquila possível, com gratidão e muito carinho. E nada impede de nos reencontrarmos ali adiante novamente.