Nasci em Porto Alegre. Sempre vivi aqui. Amo esta cidade. Mas erramos, todos, ao entender que o muro da Mauá era um problema e não uma solução. Erraram todos os prefeitos, de todos os partidos políticos, que jamais fizeram qualquer coisa para conservar estas instalações.
Não há registro histórico de uma campanha política para prefeito onde algum candidato tenha feito qualquer referência sobre o muro. Ao contrário, teve muita gente querendo pôr o muro abaixo, sob alegação de que ele nos tirava a visão espetacular que o Guaíba nos proporciona.
Erramos todos. O muro, apesar de tudo, teve um papel importante. A água vazou por suas comportas que ficaram esquecidas por mais de 50 anos. Na real, ninguém jamais pensou que teríamos outra vez a enchente de 1941 ou pior ainda como foi o caso desta que estamos vivendo.
Neste particular toda sociedade porto-alegrense falhou. Façamos a mea culpa e vamos cuidar mais do nosso rio, que nos banha, que nos orgulhamos do seu pôr do sol, mas que pode nos agredir se não dermos a ele a atenção que merece.
DEPÓSITO
Assisti na RBS TV um boletim de Passo Fundo. A reportagem chamou atenção de que o depósito de 22 mil metros quadrados de uma empresa estava abarrotado de tudo que se imagina. Água, comida, itens de limpeza, roupas, colchões, tudo.
Imagine que 22 mil metros quadrados correspondem a quase três gramados de futebol profissional. É muito grande, e dentro dele tinha muita coisa. Centenas de caminhões que chegam a Passo Fundo, vindo pelo norte do Estado e trazendo muita carga para que possamos minorar o sofrimento de muita gente.
TRABALHO
Todos nós estamos trabalhando diuturnamente. Tem gente fazendo sacrifícios como funcionários estaduais, da iniciativa privada ou voluntários. Apesar de todos os problemas, todos estão trabalhando.
Acho que o Inter dá o passo certo: aluga o campo da PUC e faz seus jogadores trabalharem. Me espanta o fato de que não há notícias no Grêmio de remobilização. Só o que ouvi foi o vice-presidente Antonio Brum criticando Flamengo e Palmeiras porque não querem paralisar o campeonato. Pergunto: se todos os trabalhadores estão na luta, por que os clubes não podem trabalhar?