Estávamos convivendo com a liga dos emergentes. Eles querem chegar mais perto das benesses financeiras dos grandes clubes. Fazem muito bem em se organizar, porque a diferença de faturamento entre alguns clubes tradicionais e os emergentes é amazônica. Não pode ser assim.
Um clube médio do futebol brasileiro faz uma força incrível para subir à Série A e recebe migalhas para enfrentar os poderosos que trabalham com milhões. Não sei exatamente o que aconteceu, mas o Flamengo e os paulistas resolveram criar a Libra, ou seja, a liga brasileira. Fizeram uma reunião nesta terça-feira (3) e ainda não se tem bem claro o que dela resultou. Claro que na hora de dividir os direitos voltaremos à pauta antiga: uns querem ganhar muito mais do que os outros.
Confesso que, mais uma vez, estou cético quanto à formação de liga entre os clubes no futebol brasileiro. Ronaldo Fenômeno, hoje responsável pelo Cruzeiro, buscou esta possibilidade e se deu conta que existe quatro grupos de clubes e que cada um pensa diferente. Em futebol ninguém abre mão de nada. O futebol brasileiro já teve 13 grandes clubes que formaram uma associação que fez história. Neste momento, o futebol brasileiro tem Flamengo, Palmeiras e Atlético-MG. Para os outros todos restou o papel de coadjuvantes.
SUSTENTAÇÃO
É importante ter uma liga de clubes e ter uma receita forte de TV. A formação e a venda de jogadores pode ser ainda mais importante para os times. Mas quem sustenta tudo isto são os torcedores.
Grêmio e Inter dividem o Rio Grande do Sul e o oeste brasileiro. É o seu mercado. São estes milhões de torcedores que emprestam grandeza aos clubes. Quem não tem torcida não é grande. Afinal, são milhares de associados, milhares de seguidores nas redes sociais.
Na minha visão, a torcida é a sustentação financeira dos nossos clubes. São eles que entregam grandeza para todas estas negociações.
Que venha a liga e que venham projetos ambiciosos. Mas os clubes precisam, antes de mais nada, atender com carinho seus torcedores.