Se as informações forem corretas — e não foram desmentidas pela direção do Inter —, a venda de Praxedes equivale ao custo da demissão de Miguel Ángel Ramírez mais a contratação do atacante Palacios.
Quando a direção colorada diz que entrou para enfrentar as dívidas, deveria ter pensando, em primeira mão, em não gastar. Quem não há dinheiro para gastar, não se gasta, não se atira em modificações frontais e que não passam certeza mínima.
A chamada convicção dos dirigentes não pode passar por grandes compromissos financeiros. Contratar treinador com contrato de dois anos e multa tão alta é quase certeza de que ela deverá ser paga. São pouquíssimos os casos de treinadores que ficam um ano inteiro num time no futebol brasileiro, imagine dois anos. Treinadores no Brasil são todos interinos. Basta perder meia dúzia de jogos e estão demitidos. Foi o caso de Ramírez, foi o caso de Lisca no América-MG. Espero que não tragam outro treinador que tenha multa em caso de demissão.
Com relação a Palacios, esta é uma contratação que poderia esperar. O Inter tem Caio Vidal, Yuri Alberto, Guerrero, Thiago Galhardo, Mauricio. Não havia necessidade de contratar mais um atacante.
O fato é que, somando a demissão de Ramírez com a contratação de Palacios, chega-se, mais ou menos, ao valor arrecadado pela venda de Praxedes. Significa dizer que a negociação deste jogador não contribui para diminuir a dívida do clube. E o que é pior: nos dois casos, contratação do treinador e de Palacios, o sucesso não veio.
Ramírez foi demitido porque não conseguiu transmitir a seus jogadores seu modelo de jogo, e Palacios ainda não fez sua "estreia" — mesmo tendo jogado diversas vezes, nada acrescentou.