Dentro da proposta de ter um "time ofensivo, que jogue dentro do campo adversário e seja protagonista", para usar as expressões apresentadas por dirigentes desde os tempos da eleição, o Inter tem, atualmente, três candidatos para comandar o time. São dois estrangeiros, Diego Aguirre e Marco Silva, e o brasileiro (e gaúcho) Lisca.
Entre os demais nomes oferecidos por empresários, e foram muitos, nenhum teve tanta aceitação como o desses profissionais.
De todos, Aguirre é o que corre na frente. Desempregado desde que saiu do Al Rayyan em dezembro, o uruguaio está no país vizinho e não esconde que gostaria de voltar ao Inter. A seu favor, pesa conhecer o clube — tanto por ter sido centroavante nos anos 1980 quanto pelo trabalho na casamata em 2015.
Ainda está na retina a memória de alguns bons jogos daquela temporada, que chegou à semifinal da Libertadores. Mas os problemas da equipe, que muitos diziam ter questões negativas na preparação física, também são recordados. Aguirre não fechou recentemente com o Corinthians por desacerto financeiro, e a informação corrente é de que que o trabalho de sua comissão custaria cerca de R$ 500 mil mensais. Apesar de uruguaio, por ter trabalhado também no São Paulo e no Atlético-MG, é considerado uma "bola de segurança".
A alternativa europeia
Marco Silva agrada à boa parte dos dirigentes, especialmente os de uma ala mais, digamos, ousada. O português de 43 anos tem o histórico de comandar quase uma centena de jogos da Premier League. Não trabalha desde dezembro de 2019, quando foi demitido do Everton.
Desde então, teve nome ligado a alguns clubes, mas não fechou contrato. Ele interessa ao Fenerbahçe, que fez uma proposta recentemente, mas não houve novos avanços. Disse a emissários que teria, sim, interesse de trabalhar no Brasil.
O sucesso recente de portugueses, como Jorge Jesus e Abel Ferreira, os dois últimos campeões da Libertadores, por exemplo, é levado em conta. Para contar com seus serviços, o Inter teria de arcar com cerca de R$ 750 mil mensais em salários para o treinador e sua comissão técnica, formada por cinco profissionais. O valor não é muito diferente do que tem sido visto no mercado nacional.
A terça-feira será de avanço nas negociações. O estágio inicial, de saber sobre interesse dos profissionais e suas pretensões salariais, foi concluído nesta segunda. A partir de agora, haverá conversas mais aprofundadas. O plano colorado é de oferecer contrato até o final de 2021.
O clube entende que ter tido três treinadores desde novembro é um número exagerado e pretende encontrar uma solução definitiva para o cargo. A vitória em cima do Bahia deu mais fôlego e tranquilidade para tomar uma decisão mais calma, com tempo para conversar demoradamente com os candidatos.
O jogo de quarta, contra o Atlético-MG, sem dúvida, será comandado por Osmar Loss. Não está descartado que o compromisso do final de semana, diante do Ceará, também seja. Mas a ideia da direção é de fechar o nome do novo técnico até o final da semana.
Diego Aguirre
Prós
- conhece o clube
- familiarizado com o futebol brasileiro
- estilo deu certo em boa parte de 2015
- prefere jogo de velocidade
Contra
- saída conturbada em 2015
- não fez bom trabalho no Atlético-MG
- fora do mercado desde dezembro
- alega-se que seu time tinha problemas físicos
Marco Silva
Prós
- trabalho reconhecido na Europa
- títulos nacionais com grandes clubes
- sem os vícios do futebol brasileiro
- estilo direto e buscando protagonismo
Contra
- estreante no mercado nacional
- custo mais elevado do que os concorrentes
- não trabalha há um ano e meio
- pouco tempo para adaptação