Era quase meia-noite do domingo (18). Enquanto rolava o BBB na RBS TV, eu ficava com o rádio na Gaúcha, no programa Balanço Final, comandado pelo Diori Vasconcelos. O apresentador anunciou entrevista com Dênis Abrahão.
Minha atenção ao programa cresceu. Foi uma longa e produtiva entrevista. Um homem experimentado, vencedor de grandes batalhas como dirigente e como diretor-executivo e que tem amplo conhecimento de futebol e do Grêmio. Ele berrava que via com muita satisfação que o time tinha um volante.
Sim, Thiago Santos, venho dizendo, cumpre a função. Proteger zagueiros vem desde a inesquecível frase de Figueroa com relação à presença de Caçapava, a sua frente, no Inter. Ele dizia que jogaria até os 50 anos com ele.
Dênis lembrou que o Grêmio sentiu a eliminação da Libertadores, mas, ao mesmo tempo, entende que está aí uma grande oportunidade de o clube avançar. Caem as contratações de jogadores com salário milionários. Imagine que, contratando Douglas Costa e Borré, somado ao salário de Renato e seus auxiliares, o mês abriria com uma conta de R$ 6 milhões só com estes três. Seria um convite à desgraça financeira, tudo que o Grêmio não precisa.
Dênis lembrou da base, do trabalho que é feito com exatidão pelo clube. Não vou falar dos jogadores que já foram vendidos. Só vou lembrar que, segundo alguns cálculos, deram faturamento de R$ 500 milhões. Nesta safra tem Brenno, Vanderson, Ruan, Guilherme Guedes, Darlan, Bobsin, Mateus Henrique, Ricardinho, Ferreirinha, Fernando Henrique e outros tantos.
Ele entende que, com estes jogadores pegando experiência em jogos da Sul-Americana e colocados ao lado de cascudos como Kannemann, Geromel, Maicon, Diego Souza, agora Rafinha e Thiago Santos, dá para fazer um grande time. Dênis chegou a dizer que o dirigente que trabalha na base o Grêmio poderia ser o diretor-executivo, e que o Thiago escolhido poderia ser o Gomes, o homem que trabalha com todos estes jovens e os encaminha para o futebol profissional.
Penso como ele, que o Grêmio não deveria fazer contato com Tiago Nunes. A torcida aponta muita rejeição a ele. E, neste programa, quem foi muito citado para treinar o Grêmio foi exatamente Thiago Gomes. O torcedor sabe que ele conhece todos os jogadores, e isto pode facilitar o trabalho. Se os jogadores são bons, significa dizer que ele tem competência. Gosto da ideia, acho que seria um grande atalho. Mas isto vai depender do vice-presidente de futebol, cargo político que o presidente deve estar encontrando dificuldade para definir.
Para meu gosto, foi uma grande entrevista. Muito a ver com o momento do Grêmio, com a capacidade do clube de promover jogadores da base, sem abrir mão a experiência dos que lá já estão. Concluo dizendo que achei histórica esta entrevista e que poderá servir para guiar os dirigentes do Grêmio em muitas situações neste momento de fazer do limão uma limonada. Um homem experiente no Grêmio colocando sua opinião e citando oportunidades do clube.