Um árbitro reserva comete crime de racismo. O jogo é no Parque dos Príncipes, o luxuoso estádio do PSG, na França. Este árbitro pertence à poderosa Uefa, aquela instituição importante do futebol que puniu Taison, ex-jogador do Inter, quando este foi violentamente agredido com atos de racismo de uma torcida adversária. Quando se imagina que este clube seria duramente punido, a decisão da Uefa foi de punir Taison pela revolta que teve. Uma entidade que agora vê um dos seus cometer o crime de racismo.
Neymar e Mbappé, referências do futebol atual, disseram ao árbitro principal que não jogariam mais, ou pelo menos não jogariam na presença do criminoso. E aí, depois de muito tempo de discussão, a Uefa transferiu o jogo para quarta-feira (9). Cumpre acrescentar que os jogadores deram um extraordinário exemplo de referência de como se deve agir diante deste absurdo que é o racismo. Ele está impregnado nas mais diversas sociedades do planeta. Ele precisa ser combatido e o futebol pode ajudar muito neste processo. Foram os jogadores que deram o grande exemplo.
A terça-feira (8) foi histórica. Pena que as entidades que dirigem futebol, da Fifa para baixo, sempre fizeram de conta que enfrentam o racismo. Pequenas multas e nada mais. O único caso de racismo que teve dura consequência que me recordo é aquele do goleiro Aranha. O STJD eliminou o Grêmio daquela Copa do Brasil. Os gremistas reclamam até hoje que só o seu clube foi punido. Eles têm razão. Todos precisam ser punidos. As entidades precisam enfrentar com força está distorção humana que é o racismo.
O integrante da comissão técnica do Istambul teve a proteção racional e civilizada dos jogadores. Agora é esperar que este exemplo encontre ressonância nas entidades. O mínimo que espero é que este quarto árbitro seja banido do futebol. Menos do que isto será crime dos dirigentes da Uefa. A punição de terça partiu dos jogadores, que muito seguidamente são vítimas destes absurdos.