O meia Giuliano, 30 anos, ex-dupla Gre-Nal, estava no banco de reservas do Istanbul Basaksehir que protagonizou com o PSG, nesta terça-feira (8), pela Liga dos Campeões, um movimento histórico na luta contra o racismo no futebol. O jogador brasileiro presenciou os diálogos entre arbitragem e atletas, que cobravam a saída do quarto árbitro da partida, o romeno Sebastian Colţescu.
— É um episódio triste, ele (quarto árbitro) foi ofensivo. Ficou muito claro, muita gente escutou e isso causou um constrangimento muito grande. Como equipe, resolvemos protestar porque isso é inadmissível. O racismo tem de acabar. Já está na hora de as pessoas perceberem que não existem diferenças entre cores ou gêneros, somos todos iguais — declarou Giuliano, ainda dentro do vestiário, em áudio divulgado pela assessoria de imprensa do jogador.
Todos os jogadores e membros das comissões técnicas de ambos os times abandonaram a partida aos 14 minutos do primeiro tempo, quando o senegalês Demba Ba foi expulso por questionar a linguagem utilizada pelo quarto árbitro. Na visão do atacante africano, Colţescu foi racista ao mencionar a cor da pele do auxiliar técnico Webó em um diálogo com um colega de arbitragem.
— O gesto de sair do campo foi louvável por parte das duas equipes. Esperamos chamar ainda mais a atenção para que as pessoas entendam que chega de racismo. Está todo mundo cansado disso, precisamos viver em um mundo livre — complementou o meia brasileiro.
Neymar, Mbappé, Marquinhos e outros jogadores do rival PSG protestaram junto ao atacante do time turco e apoiaram a decisão de abandonar a disputa antes da metade do primeiro tempo. A partida foi remarcada pela Uefa para a quarta-feira (9), depois de tentar retomar o jogo ainda nesta terça.
— Adotamos a postura que parecia mais correta. Não vamos acabar com o racismo porque isso ainda levará um tempo, mas se conseguirmos diminuir essas ocorrências, já ficamos mais felizes — concluiu Giuliano.