Jorge Jesus tem sido um grande treinador no Flamengo. Claro que não se pode esquecer que o clube lhe entregou um time de qualidade superior no ano passado e, neste ano, acrescentou reforços importantes.
Bons profissionais merecem ganhar bem. Mas todo clube, ou empresa, precisa pagar dentro das suas condições de arrecadação. A pandemia tirou do Flamengo seu patrocínio master, que pagava R$ 15 milhões por ano. As verbas de bilheteria, que somavam cerca de R$ 6 milhões por mês, deixaram de existir.
Diferentemente do ano passado, quando tinha muitos jogadores para vender e chegou quase a R$ 1 bilhão de faturamento, este ano não tem jogadores pretendidos pelos europeus. Ou seja, não terá renda importante neste quesito.
Mesmo vendo despencar suas receitas, o clube renovou o contrato do seu treinador e sua equipe pelo custo de R$ 23 milhões por ano, ou seja, praticamente R$ 2 milhões por mês. Mesmo que não existisse a pandemia, mesmo que conseguisse repetir o fantástico faturamento do ano passado, ainda assim acharia um exagero.
Como não vai chegar à metade do que arrecadou em 2019, entendo ser uma irresponsabilidade fechar contratos nestes valores. Depois, o clube não paga impostos e vai até o Congresso Nacional pedir para a bancada da bola livrá-lo das dívidas. O futebol brasileiro parece que não toma jeito.