Terça-feira, o sol vai caindo, a noite começa a se mostrar e o Inter começa a jogar no Beira-Rio. Muitos torcedores chegam atrasados, longos congestionamentos e filas nos acessos do estádio e dúvidas sobre o que o time colorado poderia apresentar.
A primeira era sobre escalação, até que o repórter André Silva, da Rádio Gaúcha, manda dizer que joga Thiago Galhardo. Rodrigo Lindoso está no banco de reservas. Ele estava saindo do time por opção do treinador e não por lesão.
Veio o jogo. Os primeiros 15 minutos foram de massacre do Inter sobre a Católica. Cheguei a gritar na narração que eles precisavam de oxigênio, pois o Colorado não os deixava respirar. Muitas oportunidades de gol desperdiçadas. Era outro time, outra proposta: ofensiva, furiosa, louca para derrotar o adversário chileno.
Verdade que os gols só vieram no segundo tempo. Foram três, poderiam ter sido seis. O time colorado martelou sempre, com Uendel sendo figura de destaque pelo lado esquerdo, Edenilson flutuando pelo campo, Musto se contendo defensivamente sem deixar de se apresentar à frente, Guerrero marcando os gols.
Os chilenos não esperavam aquela verdadeira avalanche. A conclusão que cheguei é de que tinha nascido um treinador dentro do Beira-Rio. Aquela coisa de colocar jogadores fora das suas funções, de ter um volante atrás e outro na frente dos zagueiros, não existia mais.
Eduardo Coudet se apresentou ao torcedor colorado. Claro que estou forçando esta imagem para deixar claro que o Inter da terça nada tem a ver com o Inter de fevereiro. Agora, pelo menos a partir desta amostragem, existe um time organizado, ofensivo, intenso e forte. Se o Inter for isto durante o ano, poderemos ver colorados muito felizes.