Jogado às traças enquanto o restante da Orla vem tomando corpo, o calçadão de Ipanema enfim vai receber uma restauração de ponta a ponta. Começa na segunda-feira (7) a obra que, dentro de cinco meses, promete devolver à Zona Sul o ambiente bem-cuidado que ficou para trás nos últimos anos.
No trecho de dois quilômetros entre a Rua Déa Coufal e o Clube do Professor Gaúcho, na Avenida Guaíba, hoje é difícil encontrar qualquer canto sem sinais de degradação. Calçamento esburacado, bancos quebrados, pintura descascando, gramados sem grama, ciclovia apagada, brinquedos depredados – o cenário é de abandono, mas, a despeito do descaso, a beleza natural ainda sustenta a região como um vibrante ponto de encontro.
– Logo no segundo ou terceiro dia de governo, o prefeito (Sebastião Melo) nos convocou para uma caminhada no calçadão e apontou essa necessidade – conta o secretário municipal de Meio Ambiente e Urbanismo, Germano Bremm.
Em uma cerimônia às 11h de sábado, na própria Orla de Ipanema, Melo vai assinar a ordem de início da reforma, que será bancada e executada pela iniciativa privada – o custo estimado é de R$ 1,6 milhão. Trata-se da primeira obra que a prefeitura troca por solo criado. Para esclarecer: o solo criado é o valor que uma construtora paga ao município para erguer prédios altos. Uma lei aprovada em 2019 permite que, em vez de dinheiro, a cidade receba o valor em obras.
– Isso nos libera de todo o trâmite licitatório, portanto é muito mais rápido e econômico – avalia o secretário Germano.
Neste caso, a construtora Melnick Even vai tocar a reforma. Além do calçadão, que será alargado em pelo menos três pontos – a ideia é criar novas áreas para contemplar o pôr do sol –, os canteiros centrais da Avenida Guaíba também vão passar por reforma nesses próximos 150 dias.