Nada de pânico, longe disso, mas acendeu o sinal amarelo: após semanas de queda nos indicadores, a pandemia no Estado dá sinais de estabilização.
Não é uma boa notícia porque, quando os índices se mantêm estáveis em um patamar muito elevado – como o que temos agora –, os riscos são sempre grandes. Afinal, qualquer crescimento nos números pode provocar rapidamente um novo pico de internações. E um novo pico neste momento, com o sistema de saúde já sobrecarregado, provavelmente resultaria em outro colapso nos hospitais – talvez até pior do que o anterior, já que o crescimento de novos casos partiria do elevadíssimo patamar atual.
Mas o sinal ainda é amarelo, e não vermelho, porque as coisas podem mudar: não há dados suficientes para garantir com certeza o que ocorrerá nas próximas semanas. É possível, sim, que os índices da pandemia voltem a cair, o que seria ótimo. E também é possível que uma tendência de agravamento se confirme.
Caso isso aconteça, bem, aí será necessário agir rápido – e é por isso que o governador Eduardo Leite precisa estar atento. Como a coluna ressaltou na semana passada, as medidas mais acertadas foram aquelas que se basearam nas tendências, que respeitaram os números e, principalmente, que ofereceram respostas com agilidade.
Em março, por exemplo, quando havia uma clara tendência de queda nas mortes e internações, Leite acertou ao flexibilizar as atividades econômicas. Mas, se daqui a alguns dias a pandemia der sinais de piora, aí o governador precisará apertar logo as restrições – que é para não repetir o que ocorreu em fevereiro, quando a situação saiu de controle porque as decisões demoraram muito.
Neste momento, é bom ressaltar, não existe uma tendência de aceleração da pandemia, mas também desapareceu a tendência de queda. Os indícios são de estabilização em um patamar muito alto, o que é suficiente para ligar o sinal de alerta. As autoridades, após 13 meses de coronavírus, não têm mais muita desculpa para errar de novo.