Depois da adoção de praças, canteiros e monumentos, que já se tornaram frequentes em Porto Alegre, agora a cidade ingressa em uma nova fase: empresas da Capital começam a adotar pontes. Na verdade, por enquanto, é só uma empresa – mas a prefeitura acredita que, depois dessa, outras devem se interessar por viadutos e trincheiras que se espreguiçam por aí.
A Imobi decidiu investir R$ 1,5 milhão na adoção da passarela do Parcão e de nove pontes sobre o Arroio Dilúvio, na Avenida Ipiranga. São quatro anos de contrato, período em que a empresa responderá pela manutenção e limpeza dos espaços. Mas, logo de cara, a ideia é já desembolsar R$ 400 mil em reformas – que vão incluir recuperação das calçadas e paisagismo dos canteiros.
– A gente até queria poder fazer mais, mas, em um momento de crise, ficamos com receio de dar o passo maior que as pernas – diz Ricardo Silveira, um dos sócios da Imobi, empresa de mídia externa que venceu a licitação para instalar as novas placas de rua em Porto Alegre.
Ou seja: as pontes mais deslumbrantes da Ipiranga, como a da Azenha ou a da Getúlio Vargas, não foram adotadas. Mas entraram na lista as travessias da Edvaldo Pereira Paiva, da Borges de Medeiros, da Praia de Belas e de outros seis cruzamentos no trecho que se estende até a Rua José Albano Volkmer, depois da Cristiano Fischer.
À coluna, a Imobi enviou uma imagem de como ficará uma das pontes – a ideia é contratar artistas plásticos para pintarem obras nas laterais das estruturas, mas a versão final ainda precisa ser aprovada pela prefeitura. As adoções ocorrem cinco meses após o decreto do prefeito Nelson Marchezan que autorizou pessoas físicas e jurídicas a apadrinharem equipamentos como viadutos.
– Nossa expectativa é de que outros adotantes apareçam depois das primeiras intervenções. A cidade ganha muito quando iniciativa privada e poder público trabalham juntos – avalia o secretário municipal de Infraestrutura, Marcelo Gazen.