Eles são de Curitiba e vieram para cá só para vender cavalinhos: em duas semanas, foram quase 500. E o preço nem é tão convidativo – cada um custa R$ 280, mas, nas ruas de Porto Alegre, o sucesso é absoluto em qualquer calçada onde os equinos aparecem. São crianças apontando, pais comprando para o Natal, casais tirando foto.
– O Rio Grande do Sul tem essa tradição de andar a cavalo. Por isso a gente veio. Lá no Paraná, não teríamos vendido a metade – diz o vendedor Luiz Munhoes, 21 anos.
Ele o primo Gabriel dos Santos, 18, contrataram um motorista e desceram de caminhão para o território gaúcho. Já passaram por Lagoa Vermelha, Bento Gonçalves e Nova Prata, onde venderam quatro centenas de cavalinhos antes de chegar à Capital. Os outros cem estão prestes a se esgotar – ontem pela manhã, faltavam só 13.
– Vamos a Curitiba buscar mais 500 para depois voltar – avisa Luiz, cuja família é dona de uma fábrica de móveis (o irmão vende os produtos neste perfil do Instagram).
Ele acha que os cavalos despertam alguma nostalgia nos gaúchos. De fato, esse brinquedo é do tempo do epa: a criança monta e fica se embalando para frente e para trás. Na versão dos primos paranaenses, o destaque é o revestimento de pelúcia – tem gente que compra para usar na decoração de casa.
Nesta semana, Luiz e Gabriel venderam os cavalos em calçadas e praças da Assis Brasil à Juca Batista. Mesmo quem não compra está liberado para fazer fotos:
– Faz parte. O pessoal posta nas redes, um conta para o outro, e acaba sendo bom para nós.
Com Rossana Ruschel