Proibir mesas na calçada, fechar os bares em algumas ruas, limitar o takeaway de bebida alcoólica, interditar quem descumpre as regras. São algumas medidas que a prefeitura discute para combater aglomerações noturnas no fim de semana.
Depois de uma reunião com secretários nesta segunda-feira (21), o prefeito Marchezan decidiu ouvir representantes do setor antes de tomar uma decisão. As novas restrições devem ser divulgadas na quarta-feira (23).
Em um primeiro momento, a ideia de proibir a venda de bebida alcoólica no sistema pegue e leve, após as 23h, parecia encaminhada – era uma sugestão da Associação dos Comerciantes da Cidade Baixa.
– O takeaway (ou pegue e leve) permitia que a gente vendesse lanches até mais tarde. O cliente passava, pegava a comida e ia para casa. Mas alguns bares estão se aproveitando disso para vender cerveja de madrugada para quem fica na rua – diz o vice-presidente da associação, Moacir Biasibetti.
Na reunião desta segunda (21) com os secretários, Marchezan ponderou que, em outros pontos da cidade, o pegue e leve pode ser inofensivo. Vale a pena prejudicar consumidores que, num sábado à noite, por exemplo, querem comprar cerveja para beber durante um churrasco dentro de casa?
O presidente do Sindicado de Hospedagem e Alimentação (Sindha), Henry Chmelnitsky, considera ineficiente atacar as aglomerações só depois das 23h. Ele lembra que as multidões, no fim de semana, já tomavam algumas ruas a partir das 20h. Segundo Henry, uma medida mais eficaz seria vetar as mesas na calçada – mas só para bares.
– Em restaurante, é diferente: o cliente chega com duas ou três pessoas, pede a comida e nem quer muita gente em volta. Mas bar tem outro público. Neste momento, não dá para ter bar com mesa na rua. Estimula a aglomeração – acredita Henry.
Maria Fernanda Tartoni, presidente da seccional gaúcha da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), pensa diferente. Ela diz que o problema são as pessoas em pé, não as sentadas.
– É preciso, sim, encontrar uma solução, e isso talvez passe por chamar os proprietários desses bares, onde as aglomerações são maiores, e construir com eles. Eles vão ter que apresentar alguma coisa – afirma Maria Fernanda.
Na prefeitura, o discurso é de que os estabelecimentos precisam dispersar as aglomerações nas calçadas. A ideia de interditar os bares que se negarem a colaborar continua crescendo – e com o apoio das entidades que representam o setor.