Conformado com uma derrota que parece inevitável, o governo Marchezan já cogita entrar na Justiça para reverter o impeachment do prefeito. Ainda deve levar semanas para os vereadores decidirem sobre o afastamento, mas, mesmo com esse tempo pela frente, nenhum aliado de Marchezan acredita em uma virada.
– A saída do governo é judicial. Na Câmara, a luta está perdida – reconhece um apoiador do prefeito.
O governo deve alegar na Justiça que nenhum crime de responsabilidade foi cometido por Marchezan. No pedido de impeachment, ele é acusado de usar recursos do Fundo Municipal de Saúde para despesas com publicidade. Só que a própria Câmara aprovou, no orçamento de 2020, esses gastos em propaganda – e o governo argumenta que as peças publicitárias foram importantes para orientar a população sobre o coronavírus.
Não há definição, ainda, sobre em qual momento a prefeitura entrará com a ação judicial. Mas membros do governo mencionavam nesta terça-feira (18) o caso do governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL), que teve o processo de impeachment suspenso neste mês por uma liminar da Justiça. No fim da tarde, no entanto, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, derrubou a suspensão.
Se for cassado pela Câmara, Marchezan perde o direito de concorrer à reeleição em novembro – e o vice-prefeito, Gustavo Paim (PP), hoje na oposição, assume os últimos meses de mandato.