Uma falha inédita, nunca antes registrada na história da autarquia. É o que diz o Dmae sobre o problema em uma caixa d'água no Morro Santana, na zona leste de Porto Alegre, que transbordou na madrugada de quarta-feira (11) – moradores foram acordados com a correnteza derrubando portas e arrastando móveis.
O diretor-geral do órgão, Darcy Nunes dos Santos, procurou a coluna após as críticas publicadas nesta sexta (13). Segundo ele, uma sindicância foi instaurada para investigar como – e por que – o sensor que monitora o nível da água no reservatório falhou.
– Não existe sistema perfeito, mas não se tem notícia de que isso já tenha ocorrido. Mesmo assim, para o caso de falha, temos a canalização pluvial para escoar a água, só que ela estava entupida – lamenta ele.
Darcy garante que em nenhuma das situações mencionadas pela coluna existe negligência por parte do Dmae. No caso da caixa d'água no bairro Glória – que, segundo moradores, estaria prestes a se romper –, o diretor-geral afirma que a solução vem sendo discutida desde o início do ano. O reservatório também está no alto de um morro.
– A estrutura foi construída antes de a comunidade erguer moradias irregulares no entorno. E fica muito difícil acessar aquela área, para fazer a manutenção, porque os técnicos precisam subir cem metros a pé, com os equipamentos. É impossível entrar com carro – afirma Darcy.
Ele diz que seria viável fazer o abastecimento da região sem o reservatório – apenas com as tubulações da rede –, mas a comunidade não aceita. Enquanto não há um desfecho, segundo o diretor, "não há possibilidade" de a caixa d'água se romper.
Por fim, sobre a representação do Ministério Público de Contas, que apontou uma defasagem de 56% no quadro de funcionários do Dmae, Darcy faz algumas ponderações:
– A lei que criou o Dmae é de 1961. Ela diz que o órgão poderia ter até 3,6 mil vagas, o que não tem relação com a realidade atual. Muitos serviços hoje são feitos com máquinas e equipamentos eletrônicos.
Ele reconhece, no entanto, que a contratação de concursados foi reduzida porque o órgão "está em um momento de transição". A intenção do governo é contratar empresas privadas para a realização de determinadas atividades.