Do chá de fraldas até o velório, pense em qualquer etapa da vida – existe um balão só para ela. A loja de 250 metros quadrados aberta há pouco mais de uma semana no bairro Floresta, em Porto Alegre, só vende balões: são 40 mil unidades espalhadas por prateleiras, penduradas nas paredes ou organizadas por cores – 320 cores! – em uma mesa com duas centenas de divisórias.
– É a maior loja exclusiva de balões do país – garante Daiana Dias, 36 anos, que abriu o empreendimento com o marido, Eduardo Rossoni, 38.
O casal já tinha uma loja de artigos de festa na Zona Norte – como os balões representavam 50% do faturamento, decidiram abrir mais uma, desta vez focada nas bexigas. Apesar de recém-inaugurada, a Personalize Balões, na Félix da Cunha, já recebeu 500 encomendas em 12 dias.
Algumas bem inusitadas.
– Um dos mais diferentes é esse aqui, o Mr. Pee Pee. As gurias pedem para despedida de solteira – conta Daiane, apontando para o balão que imita um, você sabe, membro do corpo masculino.
Na linha dos diferentões estão também os pombos brancos, geralmente usados em velórios. É comum vendê-los em conjunto com balões religiosos – eles exibem desenhos de cruz, Bíblia, cálice, pães etc. –, também requisitados em batizados e primeiras comunhões.
O preço varia bastante: os mais simplesinhos saem por R$ 3, mas o mais caro custa R$ 300. Trata-se de um dinossauro com 1m60cm de altura que pode até caminhar – o truque está na forma de encher o balão, que recebe gás hélio em algumas partes e oxigênio em outras. Mas, embora a tendência sejam os balões com led, os mais vendidos são os personalizados.
– Estamos finalizando este aqui, vai ficar escrito "Eu venci". A cliente vai levar para o marido, que está fazendo a última quimioterapia – sorri Daiana.
A cardiologista Keli Chemello, 45 anos, gastou R$ 600 na loja. Metade foi para o aniversário da filha, Alice, de quatro anos, e o restante foi para a decoração de Halloween do prédio onde moram – um dos balões imita uma árvore com cara de braba, outro reproduz uma abóbora de Dia das Bruxas, o terceiro parece uma aranha gigante.
– Acho que dá para dizer que aqui tem de tudo – resume Daiana.
Com Rossana Ruschel