Dois dias depois de a Brigada Militar desaconselhar qualquer festa a céu aberto na Padre Chagas – rua que costuma receber multidões em 17 de março, quando ocorrem as celebrações de Saint Patrick’s Day –, o Ministério Público pediu à prefeitura que também vete os eventos marcados para a mesma data na Cidade Baixa.
O ofício foi encaminhado ontem ao Executivo pela promotora Annelise Steigleder. Ela lembra que, em dezembro passado, ficou acordado na Justiça que apenas dois eventos de rua poderiam ocorrer na Cidade Baixa entre 16 de fevereiro e 24 de março.
– Qualquer outra aglomeração que não sejam os desfiles de Carnaval, marcados para 2 e 5 de março, será considerada violação de acordo judicial – disse Annelise.
As restrições vieram porque há anos os moradores do bairro boêmio vêm reclamando de quebra-quebras, arruaças e tiroteios. Procurada pela coluna, a prefeitura informou que, em toda a cidade, há cerca de 20 solicitações de eventos de Saint Patrick’s Day, mas não revelou quantos seriam na Cidade Baixa.
Segundo a promotora Annelise, uma das festas, na Joaquim Nabuco, previa um público de 3 mil pessoas – estimativa semelhante ao que se espera nos dias de Carnaval de rua.
Na Brigada Militar, a solicitação do Ministério Público recebeu apoio. A corporação já havia se manifestado contra a festa na Padre Chagas porque, no mesmo dia, 17 de março, haverá Gre-Nal e Carnaval no Porto Seco, o que deve consumir boa parte do efetivo de PMs.
– Se algum empresário irresponsável resolver, mesmo assim, convocar o público no Facebook sem autorização, poderá ser dada a ele uma punição em termos criminais – avisou Annelise.