Lançado na semana passada, o site da prefeitura que reúne imóveis para serem alugados aos moradores de rua tinha apenas sete cadastros até a manhã desta quarta-feira. A ideia é que qualquer pessoa possa inserir sua casa ou apartamento no endereço prefeitura.poa.br/moradiaprimeiro. O governo oferece R$ 500 por mês de aluguel.
Secretário da Saúde de Porto Alegre, Erno Harzheim acredita que a baixa oferta de imóveis ocorre porque o governo, por enquanto, não fez uma forte divulgação da plataforma. A verba para pagar os aluguéis – cerca de R$ 1,8 milhão – para 150 moradores de rua ainda não foi repassada pelo governo federal.
– Como ainda não recebemos o valor, não podemos dar um retorno imediato aos proprietários. Para não gerar uma expectativa nessas pessoas, vamos intensificar a divulgação depois do repasse – diz o secretário, lembrando que a verba, já garantida, deve chegar até o início de julho.
Questionado pela coluna, Erno reconhece que pode existir algum receio de proprietários em alugar seus imóveis para moradores de rua. Ele sublinha, no entanto, que, embora a responsabilidade pela conservação do domicílio seja do inquilino, a prefeitura é quem vai pagar o aluguel – e, a cada 15 dias, uma equipe visitará o local para avaliar se os requisitos do programa estão sendo cumpridos. Um deles é zelar pelo imóvel alugado.
– Claro que é papel da prefeitura resolver a situação, mas a sociedade como um todo precisa abraçar esse problema. Com o tempo, o programa vai crescer, as pessoas vão percebendo o resultado e, assim, devem se engajar no projeto – acredita o secretário.
Além de moradia, o plano do governo Marchezan prevê tratamento médico, internação para viciados e alcoolistas, qualificação profissional e emprego aos moradores de rua.