A concha de uma escavadeira invadiu o lago do Parcão na segunda-feira e, enquanto extraía lodo e vegetação lá do fundo, atingia sem qualquer cuidado tartarugas e outros animais aquáticos. O relato é de policiais do 1º Batalhão Ambiental da Brigada Militar – eles chegaram ao local por volta das 9h, a partir de uma denúncia de moradores, e encontraram esse monte de resíduos da foto acima.
Chama atenção o autor da transgressão: a própria Secretaria Municipal do Meio Ambiente – que nega qualquer irregularidade. A servidora responsável pela administração do Parcão, Susete Teston, engenheira agrônoma da prefeitura, estava no local e assinou um termo circunstanciado que será remetido ao Ministério Público.
– Quando chegamos, vimos as tartarugas desorientadas na água. Provavelmente havia algumas espécies em meio àquele lodo que ficou exposto no parque – diz o soldado Paulo Sérgio Soares Pereira. – Um braço de escavadeira no lago pode sufocar animais no lodo, pode feri-los, pode quebrar seus cascos.
Conforme o major Maurício Flores, comandante do 1º Batalhão Ambiental, os servidores não apresentaram qualquer autorização ou licença ambiental para o trabalho. A escavadeira também teria removido vegetação da ilha situada no lago, atingindo ninhos de pássaros e atordoando as aves.
Segundo a assessoria da Smams, a operação foi realizada com extremo cuidado, a partir de estudos e critérios técnicos, para não agredir a fauna. O objetivo era remover papiros, plantas aquáticas de "características invasivas que fecharam parte do canal de circulação da água". Essa desobstrução, conforme a secretaria, era fundamental inclusive para a vida dos peixes.
Sobre a falta de licença para o trabalho, a assessoria sustentou que não havia necessidade.