Logo após o sequestro que sofreu há 10 dias – quando foi atirado em um porta-malas e atravessou a madrugada amordaçado –, o vereador Moisés Maluco do Bem (PSDB) pediu para sair da CPI da Telefonia Móvel porque pretende "priorizar algumas coisas":
– Estou repensando a minha vida. Não conseguia mais ver meus filhos. Já sou presidente de duas frentes parlamentares, além de vice-líder do governo. Não dá para abraçar o mundo com as pernas.
O vereador diz que, após o sequestro, passou a sentir necessidade de "falar coisas que antes não falaria". Ele expõe, por exemplo, quais seriam "as reais intenções" dos opositores do prefeito Marchezan quando criticam o projeto que autoriza parcerias do Dmae com a iniciativa privada:
– A oposição vai todo ano visitar famílias que sofrem com alagamentos, promete ajudar os coitados e ganha seus votos. Mas e quando a oposição chegar lá e estiver tudo resolvido? Que voto vão levar?
Moisés diz que os opositores do prefeito "não têm interesse em ver problemas resolvidos". Sua metralhadora aponta também para quem contesta a redução das isenções no transporte público:
– Eles pensam assim: quantos estudantes têm meia passagem? Quantas pessoas entre 60 e 64 anos têm gratuidade? Somam tudo isso e, depois, concluem: se eu defender toda essa gente, talvez 10% vote em mim. É assim que grande parte dos políticos segue pensando.