O secretário da Segurança Pública do Rio Grande do Sul, Sandro Caron, e o comandante-geral da Brigada Militar, Cláudio Feoli, integram um Grupo de Trabalho (GT) instituído pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para tentar reduzir os índices de letalidade em operações policiais. Com 35 membros, o GT se intitula "Polícia Cidadã - Redução de Letalidade Policial" e foi instituído no final de dezembro.
Caron é o único secretário estadual de Segurança presente no grupo e foi indicado pelo Colégio Nacional dos Secretários de Segurança Pública. Feoli representará o comando das PMs do país. O grupo conta também com magistrados, defensores públicos, cientistas sociais e representantes de entidades privadas e públicas. Foi criado após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).
— Dentro deste seleto grupo multidisciplinar, que conta com profissionais de diferentes áreas, poderemos compartilhar o dia a dia dos profissionais da segurança pública no Brasil. É vital para auxiliarmos neste enfrentamento diário vivido pelas polícias em todo país — destaca Caron.
Caron é delegado federal. Já foi superintendente regional da PF, adido da PF em Portugal, coordenou o serviço antiterrorismo nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016 e comandou a pasta da Segurança no Estado do Ceará.
Outro gaúcho que integra o grupo é o advogado Alberto Kopittke, especialista em questões de segurança pública e redução de criminalidade.
Pesquisas indicam que em países onde não há suspeitas de abuso de força por parte da polícia, apenas 5% das mortes violentas são causadas por agentes do estado. Quando a porcentagem ultrapassa 10%, já haveria indícios dessa prática. No Brasil, em 2021, 136 pessoas foram mortas pela polícia para cada policial morto, o que explica a intenção de reduzir a letalidade, feita pelo CNJ. Uma das hipóteses em debate é o uso de câmeras corporais por parte dos policiais.
O grupo criado pelo CNJ vai avaliar o Plano de Redução de Letalidade Policial apresentado pelo Estado do Rio de Janeiro e, a partir dele, sugerir ações similares em outros Estados brasileiros. O relatório final deverá ser concluído em um ano.