Com problemas pontuais de falta de chuva e previsões pouco animadoras para os próximos 30 dias, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revisou para baixo a projeção da safra de soja no Rio Grande do Sul. De acordo com o boletim divulgado nesta quinta-feira, a produção no Estado deve ser de 14,8 milhões de toneladas, 8,5% abaixo do último ciclo. No levantamento realizado em novembro, durante o auge do plantio, a Conab esperava queda de, no máximo, 3,7%.
– Há falta de chuva em alguns pontos. Em uma mesma região, chove em algumas lavouras, mas não em outras. E há previsão de chuva bem abaixo da média para a segunda quinzena de dezembro e a primeira de janeiro – justifica o superintendente regional da Conab, Carlos Roberto Bestetti.
Os números indicam ainda uma produtividade de 2,7 toneladas por hectare, 9,1% abaixo da safra anterior e 5,3% inferior projeção do mês passado.
O mesmo quadro afeta o milho. A Conab vê colheita de 5 milhões de toneladas, 15% abaixo da safra 2015/2016. O rendimento, de 6,2 toneladas por hectare, deve ser 13% menor.
No caso do arroz, é esperada uma safra de 8,2 milhões de hectares, 12,2% acima do última safra. Mesmo assim, a projeção está em linha com o número mais pessimista do levantamento anterior. Para Bestetti, a grande amplitude térmica das últimas semanas, com manhãs frias e tardes quentes, tem prejudicado o potencial das lavouras.
Uma surpresa positiva veio do trigo, apesar da preocupação com os preços. A principal cultura de inverno do Estado deve somar uma safra de 2,47 milhões de hectares, 69% superior ao ano passado e 10% acima da última projeção, divulgada em novembro.
No total, a Conab calcula que a safra 2016/2017 de grãos chegará a 31,6 milhões de toneladas no Rio Grande do Sul, 4% inferior ao ciclo anterior. Vale lembrar que, no sentido contrário, a Federação da Agricultura do Estado (Farsul) divulgou suas projeções e indicou a possibilidade de a safra gaúcha crescer e superar 33 milhões de toneladas.
*Interino