Irritado ao saber das suspeitas de assédio sexual envolvendo o então ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, o presidente Lula já havia sinalizado a auxiliares na semana passada que queria um desfecho rápido para a história. Já que a investigação judicial será demorada, Lula entendeu que tinha elementos suficientes para demitir logo o ministro, e pediu um levantamento de nomes que pudessem substituí-lo o quanto antes. A escolha pela deputada estadual Macaé Evaristo (PT-MG) é uma tentativa de estancar a crise na imagem do governo.
Ao decidir de início por uma mulher, Lula quis demonstrar intolerância com qualquer suspeita de assédio, retomou o espaço perdido pela ala feminina na Esplanada desde o início do governo e ainda agradou ao PT, que sempre reclamou mais assentos no primeiro escalão.
Macaé tem uma longa trajetória em defesa da educação, de políticas sociais e antirracistas. Ela é prima da escritora Conceição Evaristo, uma das principais referências da cultura negra na atualidade. No Executivo, Macaé já atuou no Ministério da Educação do governo Dilma Rousseff, além de ter sido secretária de Educação no governo de Minas Gerais e na prefeitura de Belo Horizonte.
Professora desde a juventude, a futura ministra é graduada em Serviço Social, mestre e doutoranda em educação.