O PT aposta que as eleições deste ano serão uma virada de chave para o partido no Rio Grande do Sul. Nas últimas disputas municipais, o impeachment de Dilma Rousseff e a evolução da Lava-Jato impuseram à sigla um calvário. O retorno do presidente Lula ao poder anima os dirigentes da sigla, que projetam dobrar o número de prefeituras no Estado e ampliar em 50% as cadeiras nas câmaras municipais, chegando a 600 vereadores.
Único gaúcho no primeiro escalão do governo, o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência, Paulo Pimenta, entrou em férias para se dedicar à reta final de campanha. Nos últimos dias, gravou mais de 500 vídeos de apoio a candidatos do partido. Das 497 prefeituras do Estado, hoje o PT administra 23. A meta, segundo Pimenta, é eleger no mínimo 50 prefeitos e chegar ao segundo turno nas cinco cidades mais populosas.
— As eleições municipais de 2020 e 2016 ocorreram sob ambiente de intolerância e ódio ao PT, no auge da Lava-Jato. Mas agora o mau humor se dissipou e o retorno do presidente Lula ao Palácio do Planalto mostrou que o país está evoluindo — argumentou o ministro.
O partido de Lula contabiliza 137 candidatos a prefeito e mais de 2.400 a vereador no Rio Grande do Sul. Além do desempenho medido nas pesquisas internas, Pimenta vê otimismo da militância das ruas. O partido é cabeça de chapa e pode disputar o segundo turno em Porto Alegre, Caxias do Sul, Santa Maria e Pelotas, além da vice-prefeitura em Canoas.
A eleição deste ano marca também a reaproximação do PT com o PDT e o PSB, partidos que se distanciaram em candidaturas no Estado nos últimos anos. O diálogo foi ampliado, segundo Pimenta, e permitiu também soluções com partidos de centro, como o União Brasil, em algumas cidades.
No ano em que a enchente se tornou a maior tragédia da história do Estado, o ministro aposta que as ações do governo federal terão reflexo positivo para os candidatos do PT. Após quatro meses conduzindo o Ministério da Reconstrução, Pimenta pensa que o eleitor saberá reconhecer quem buscou soluções para os problemas.
— O governo federal não se encolheu, ele botou a cara. A gente até vê críticas, mas são isoladas. O presidente Lula foi cinco vezes ao Estado. Tentaram vender que nós tentaríamos fazer disputa política sobre a reconstrução, mas tivemos capacidade de diálogo com o governo (do Estado) e as prefeituras. Acho que o governo sai fortalecido neste processo — finalizou.