O novo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, terá de provar em pouco tempo que, além do conhecimento jurídico, tem a desenvoltura necessária para comandar a Segurança Pública. Ao tomar posse em 1º de fevereiro, o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) começará pressionado por resultados contra o avanço da criminalidade, seja pela população ou até mesmo por colegas de governo.
Nos 17 anos em que atuou como ministro do STF, Lewandowski se alinhou ao chamado garantismo penal, se opondo a colegas com visão mais punitivista. Isso se refletiu em uma série de decisões do Mensalão e da Lava Jato, por exemplo. A dúvida agora, inclusive entre membros do governo, é se a postura será mantida no Executivo.
Nas negociações para que assumisse a pasta, Lewandowski foi orientado a manter boa parte da equipe do ministro Flávio Dino que conduziu até agora a área de segurança, mas refutou a ideia. A postura gera uma tensão logo de saída.
Os balanços referentes a 2023 demonstram queda nos principais indicadores de violência, mas a capacidade de articulação e o poder de grandes facções criminosas geram apreensão. O exemplo do Equador, que vive uma guerra civil, está bem próximo não apenas pela geografia, mas pela conexão entre os grupos criminosos do Brasil e de vários países.
Portanto, com autonomia para nomear os futuros secretários e diretores do ministério, Lewandowski começará pressionado a manter o avanço dos indicadores de redução da violência, mas também por melhorar a sensação de segurança da população, que em diversas pesquisas já apontou esse como um dos temas mais sensíveis do governo Lula.