O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a Polícia Federal a retomar investigações sobre o suposto envolvimento do deputado Tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS) em atos antidemocráticos. O pedido de investigação começou no Rio Grande do Sul, mas foi encaminhado ao STF em função de o parlamentar possuir foro privilegiado.
"Segundo o noticiante, o Deputado Federal do Rio Grande do Sul, TENENTE CORONEL ZUCCO, estaria perpetrando crimes mediante patrocínio e incentivo a atos antidemocráticos, seja em território gaúcho, seja na cidade de Brasília/DF", escreveu Moraes, na decisão.
Relator de inquéritos que apuram crimes em atos antidemocráticos e golpistas, Moraes determinou que a PF analise se há indícios de crime na conduta do parlamentar.
Na última semana, Zucco assumiu a presidência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) na Câmara.
Em nota, o parlamentar negou envolvimento em atos contra a democracia e disse estar surpreso com a notícia de que será investigado.
"Trata-se de tentativa de 'requentar' pauta já há muito esclarecida. Trata-se de tentativa de cercear o pleno exercício de minha atividade parlamentar, isso sim atitude daqueles que não possuem apreço pelo Estado Democrático de Direito. Estou tranquilo em relação à investigação e certo de que a Polícia Federal verificará que nenhum crime houve, assim como já observado pela autoridade policial do Rio Grande do Sul", escreveu o deputado.
No ano passado, após manifestações que questionavam o resultado das eleições, a Polícia Civil gaúcha, a partir de uma apuração determinada por Moraes, incluiu o parlamentar em uma lista de investigados como incentivador de atos antidemocráticos.