As primeiras 50 das 500 casas de R$ 110 mil e 44 metros quadrados doadas a desabrigados pela enchente serão instaladas em Muçum, um dos municípios mais afetados. A instalação deve começar em 30 dias. Obviamente, a área fica na parte alta da cidade, não inundada no dilúvio de maio.
O que retarda entrega das casas - em junho, a previsão era de 500 unidades em três meses - é a preparação dos terrenos, que depende das prefeituras e do governo do Estado. Conforme a Secretaria de Habitação do Estado, desde junho houve períodos chuvosos que atrasaram a terraplenagem. Também é preciso instalar antes a infraestrutura de energia, abastecimento de água e saneamento.
A coluna registrou as doações, acompanhou a evolução do projeto e agora, a exemplo do Painel de Reconstrução que acompanha as entregas de recursos públicos e também monitora a entrega.
O projeto é coordenado pelo Movimento União BR, entidade especializada em criar hubs de emergência para desastres climáticos, a partir de doações de empresas feitas para a reconstrução do Estado.
A expectativa de que recursos privados pudessem dar mais agilidade à ajuda aos atingidos pelos dilúvio de maio é relativizada pela interlocução com o setor público, como a coluna já abordou.
Como o foco do Movimento União BR foi na construção de casas, obviamente é preciso que o município e o Estado sejam envolvidos no processo para definição e preparação dos terrenos. Além disso, as melhores práticas recomendam a interlocução com o setor público para evitar desperdícios e sobreposição de esforços.
A própria indicação das famílias beneficiadas é feita pelas prefeituras, a partir do cadastro das necessidades nas áreas locais de assistência social.
Para lembrar
A construção das casas é da SteelCorp, com a técnica light steel frame, com participação da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) para acelerar o acabamento e do Instituto Mulheres em Construção para capacitar a mão de obra.
Os recursos para a produção das casas vieram de doações milionárias feitas para a reconstrução do Estado encaminhadas ao Movimento União BR. Foram cerca de R$ 40 milhões de cerca de cem empresas e entidades. O hub fez parceria com 40 ONGs locais e 30 cozinhas solidárias e coletivos, além da Defesa Civil.
Alguns dos doadores
Itaú, Itaúsa, Steelcorp, Leroy Merlin, Instituto Leroy Merlin Obramax, Gerdau, Neymar Jr, Instituto Helda Gerdau, Banco Safra, Regenera RS, Vakinha, Brazil Foundation, Brazil Soul Found, Siemens, Latam, FSB, C6 Bank, Grant Thornton, Suvinil, Eliane, Astra, Japi, Instituto Conceição Moura, Agência Multicase, Esmaltec, N.ideias, Febraban, Vedacit, Vibra, Esportes da Sorte, Fundação Amor Horizontal, VNP Advogados, Fabio Cury, Instituto Oliva, Instituto PHI, Movimento Bem Maior, Instituto da Criança, Parque Caracol, Grupo Iter, Mirolog, Instituto Mulheres em Construção, Brewing Hope for RS e Hops Company.
*Colaborou João Pedro Cecchini