Conforme dados do Painel da Reconstrução (saiba mais clicando aqui), ferramenta cidadã de GZH e Zero Hora, o governo federal entregou 52,1% dos R$ 97,1 bilhões prometidos ao RS, e o Piratini repassou 55,9% dos R$ 3,7 bilhões anunciados.
Uma das expectativas dos gaúchos que perderam tudo ou quase tudo no dilúvio de maio era de que a ajuda privada superasse as amarras da burocracia do setor público, mas isso não está ocorrendo. É um problema, o motivo é correto: é preciso restaurar o Estado de forma coordenada, para que não haja desperdício de recursos tão necessários, sejam públicos ou privados.
Por isso, um dos maiores fundos privados de apoio, o RegeneraRS, passará a tentar desobstruir um dos maiores gargalos para o avanço das obras necessárias: vai ajudar a desenvolver projetos.
Conforme Marcel Fukayama, gestor do fundo, nos cem dias de atuação do RegeneraRS houve um aprendizado que resultou nessa decisão:
— Os projetos que a gente busca precisam ser codesenvolvidos, ainda não existem. Vamos precisar colocar mão na massa para poder desenvolver.
Um desses projetos é com o governo gaúcho de reforma de casas atingidas, mas não destruídas pela enchente. O RegeneraRS vai dar apoio financeiro na estruturação do projeto, que segundo Marcel pode liberar cerca de R$ 60 milhões para reformas.
— Recurso público não passa pelo RegeneraRS, vai para as organizações que vão fazer as obras, como o Vivenda (plataforma tecnológica de impacto social focada em reformas).
Segundo Marcel, como o RegeneraRS quer multiplicar ações que resultem em efeito positivo, seu indicador de sucesso não é quanto captou, mas quanto aloca, ou seja, efetivamente desembolsa nas ações programadas. Um dos aportes feitos, de R$ 7 milhões, tem perspectiva de movimentar R$ 200 milhões.
Esse valor vai lastrear o Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (Fdic) Juntos pelo RS lançado pelo BTG Pactual. O recurso, detalha Marcel, vai reduzir o risco para investidores comerciais aceitarem entrar na operação e ampliarem a quantia emprestada. O RegeneraRS é um dos apoiadores da iniciativa.
Os empréstimos serão destinados a pequenas e microempresas que tiveram perdas patrimoniais na enchente. E a ideia é de que, à medida que o crédito com taxa subsidiada seja feito, gere novos limites para outras empresas.
— O dinheiro volta ao fundo para fazer novos empréstimos.