Uma pesquisa do reconhecido grupo internacional Gallup registrou um sinal de alerta para o mercado de trabalho nacional, mesmo em uma época que, em tese, emprego não falta: a cada quatro brasileiros, um está triste com seu exercício profissional, uma das maiores proporções da América Latina.
Os dados da State of the Gobal Workplace: 2024 Report são, claro, relativos a 2023. O panorama geral das entrevistas com 128 mil pessoas em cerca de 160 países não é muito favorável: a chamada "crise de engajamento", que gerou a "grande desistência anos atrás, continua, com apenas 20% do total se declarando engajado.
Se esse dado negativo se mantém, outro chamou atenção: o nível de estresse reportado é o mais alto da história, com 43% dos entrevistados relatando experimentar esse quadro todo dia.
O Brasil é o quarto país com mais profissionais tristes na América Latina. Com 25% de profissionais nessa situação, o país ficou atrás apenas de Bolívia (32%), El Salvador (26%) e Jamaica (26%), empatado com Equador e Peru.
Em relação aos que experimentam raiva no trabalho, os brasileiros também estão em quarto, mas com percentual mais baixo, de 18%, atrás de Bolívia (25%), Jamaica (24%) e Peru (19%).
Os autores do estudo lembram que nem todos os problemas de saúde mental estão relacionados ao trabalho, mas esse é um fator nas avaliações da vida e nas emoções diárias. Uma das formas recomendadas para aumentar o engajamento e reduzir tristeza e raiva é um programa de escuta efetivo, ou seja, que direcione soluções.
*Colaborou João Pedro Cecchini