A Petrobras adotou medida pouco usual, nesta quarta-feira (18), depois que o jornal Valor Econômico informou que a estatal estuda reduzir o preço de combustíveis nos próximos dias.
A companhia emitiu nota no meio da tarde, pouco depois da publicação. Afirmou que "não procede que (...) tenha decidido reduzir preço de combustíveis". E insistiu: "quando há decisão por alteração, a tabela de preços é divulgada imediatamente aos seus clientes nos canais corporativos" (veja íntegra abaixo).
Formalmente, é uma resposta à xerife do mercado, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que exige simetria de informações das empresas que negociam ações. Isso significa que novidades relevantes devem ser disseminadas para todos os agentes ao mesmo tempo.
Em paralelo, a especulação sobre uma redução nos preços dos combustíveis circula no mercado há semanas, desde que a cotação do petróleo entrou em parafuso de queda. Há espaço para o reajuste para baixo.
Quando o preço da gasolina subiu em 9 de julho, a cotação estava em US$ 83,20. Nesta quarta-feira (18), o tipo brent, que serve de referência global, opera em queda de 1%, para US$ 72, mesmo com seguidos episódios com perigo potencial no Oriente Médio, as explosões de pagers e de walkies-talkies de integrantes do Hezbollah, o grupo libanês apoiado pelo Irã.
Além disso, a combinação das decisões de corte de 0,5 ponto percentual no juro no Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) e alta ainda incerta no Brasil deve fazer o real se apreciar, tirando outro elemento de pressão nos preços dos combustíveis.
A íntegra da nota da Petrobras
Petrobras, em relação a notícias divulgadas na mídia, informa que não procede que a companhia tenha decidido reduzir preço de combustíveis. Eventuais ajustes nos preços de seus produtos são realizados no curso normal de seus negócios sem periodicidade definida e, quando há decisão por alteração, a tabela de preços é divulgada imediatamente aos seus clientes nos canais corporativos.
A companhia monitora diariamente, como parte de seu processo rotineiro, as variações de preços no mercado internacional de petróleo e os desdobramentos no mercado brasileiro.
A Petrobras reafirma que eventuais ajustes nos preços dos seus produtos, quando necessários, serão realizados com base em análises técnicas e independentes, considerando a participação de mercado da companhia e a operação otimizada dos seus ativos de refino e logística, em linha com as premissas de sua estratégia comercial.
A estratégia comercial permite à Petrobras praticar preços competitivos e em equilíbrio com os mercados internacional e nacional, ao mesmo tempo em que evita o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio, proporcionando períodos de estabilidade de preços aos seus clientes.
*Colaborou João Pedro Cecchini