No final do ano passado, a Gerdau inaugurou uma modernização da aciaria da Riograndense, de Sapucaia do Sul, uma de suas unidades fabris mais antigas em atividade.
Agora, o grupo siderúrgico estuda "investimentos mais robustos" na planta que, segundo o CEO da Gerdau, Gustavo Werneck, é "uma das mais competitivas":
— Essa usina é tão importante que temos plano de fazer investimentos mais robustos porque, do ponto de vista tecnológico, vai se desatualizando.
Ainda não há detalhes do projeto, que está apenas começando, mas Werneck antecipou à coluna que o objetivo é projetar "os próximos 10 anos" da usina.
— A gente não conseguiu copiar a capacidade da Riograndense em lugar nenhum do mundo. São operadores muito experientes, que resultam em um processo muito estável.
Werneck lembra que têm sido feito investimentos menores ao longo do tempo para manter a competitividade. Mas agora, admite, "vai haver necessidade de fazer investimentos mais relevantes".
Não há necessidade de ampliação de capacidade, pondera, mas de atualização. Em termos financeiros, é tão importante quanto. Automação e inteligência artificial podem levar a competitividade para outro patamar, pondera.
— No momento em que o balanço da Gerdau está muito saudável, estamos olhando esse plano para ir para o estado da arte, para ficar imbatível.
A Riograndense, afirma o executivo, absorveu recentemente parte da produção na unidade da Gerdau de Barão de Cocais (MG), fechada neste por problema de competitividade, em meio ao aumento na entrada de aço chinês no Brasil.
— Temos muita capacidade parada. Tivemos de racionalizar a estrutura no Brasil, então começamos a fechar plantas que eram menos competitivas, mais antigas.
Segundo Werneck, ao tomar a decisão em Barão de Cocais a Gerdau chamou os 400 funcionários e perguntou quem tinha possibilidade de mudar de cidade, para ser direcionado a outra unidade do grupo. Com os demais, a siderúrgica buscou colocação em outras empresas da região:
— Eles sabem que nossos operadores são muito qualificados. Boa parte, as empresas já levarem. Mas a gente só vai sossegar quando a última pessoa for realocada.
O governo federal adotou em abril um programa para disciplinar a entrada de produto chinês por preços que, segundo a indústria, configuram "prática predatória". Werneck afirma que este mês será decisivo para um avaliação do plano, mas adianta:
— Está entrando muito aço ainda. Deu um alívio, mas ainda não é suficiente (a medida adotada pelo governo federal).
Segundo Werneck, a outra unidade da Gerdau no Estado, de Charqueadas, recebeu há pouco investimento maior e está mais atualizada. Além da Riograndense, outra prioridade de investimento em modernização do grupo é a Cosigua, no Rio de Janeiro.