As queixas do setor siderúrgico sobre a "invasão do aço chinês" já tinham se traduzido em demissões ainda no ano passado, mas o governo Lula ainda levou um tempo até adotar limites à entrada de material importado.
Nesta terça-feira (23), o Ministério de Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) - comandado por Geraldo Alckmin, a quem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia pedido para que fosse mais "ágil" - anunciou a estratégia para restringir o excesso.
Em vez de elevar a alíquota de importação, como fizeram outros países, optou por fixar uma cota de importação para 11 produtos feitos de aço, com outros quatro no radar. Só haverá sobretaxa, de 25%, se os limites forem superado.
A Gerdau, que a coluna acompanha com especial atenção pelo fato de ter raízes gaúchas, já havia demitido centenas de trabalhadores pelo efeito do que chamava de "prática predatória", a exportação do excedente de aço produzido na China a valores abaixo dos reconhecidos como os de mercado.
O próprio Mdic reconheceu, ao adotar as medidas, que o volume de entrada de aço, no ano passado, "superou em 30% a média das compras ocorridas entre 2020 e 2022".
Depois de ter sido tão vocal na cobrança de medidas de correção, a Gerdau agora não quer comentar sua adequação porque está em período de silêncio - vai apresentar o balanço do primeiro trimestre nos próximos dias.
Ainda conforme o Mdic, "estudos técnicos mostram que a medida não trará impacto nos preços ao consumidor ou a produtos de derivados da cadeia produtiva". A medida especial vai vigorar por 12 meses, durante os quais o governo vai monitorar o comportamento do mercado.