Foi preciso quase um mês para oficializar, mas manhã desta terça-feira (23) foi batido o martelo da privatização da Sabesp, que oficializou a Equatorial, dona da área de distribuição da CEEE, como nova sócia estratégica da maior empresa de saneamento do país.
Na véspera, havia sido encerrada a fase da oferta pública das ações da companhia de saneamento, confirmando o que se imaginava: foi um ótimo negócio.
A Equatorial pagou R$ 67 por ação, que nesta terça-feira (23), data do encerramento do processo, já custa R$ 87. E com seus 15% de participação, terá uma posição de muito poder: vai indicar o presidente do conselho de administração da companhia. A dona da CEEE desembolsou R$ 6,9 bilhões.
O processo foi semelhante ao tentado no Estado para a Corsan, mas teve de ser revisto por não atrair interessados. O governo de São Paulo tinha 50% das ações da Sabesp, o que lhe garantia o controle. Destinou 15% para venda a um sócio estratégico - deveria ser um grupo com experiência em saneamento - e 17% para a oferta pública, retendo 18%.
O resultado foi uma receita de R$ 14,7 bilhões - quase quatro vezes a obtida com a venda da Corsan em leilão, mas é preciso observar que a Sabesp é muito maior. Mesmo com esse resultado, analistas consideram que o governo de São Paulo não obteve o maior resultado possível.
Um dos motivos foi uma cláusula, conhecida como poison pill (pílula de veneno), que impede o sócio de referência de comprar ações de pequenos acionistas até se tornar majoritário. A falta de perspectiva de obter o controle absoluto da Sabesp fez com que a Equatorial tenha sido a única interessada.
Especializada em privatizar e reestruturar distribuidoras de energia como a CEEE, a Equatorial entrou no saneamento em 2021, com a compra da Caesa, de Alagoas. A Sabesp se tornou mais conhecida dos porto-alegrenses por emprestar bombas ao Dmae para apressar o escoamento dos alagamentos de maio.
A nova composição acionária da Sabesp
Governo de São Paulo 18%
Equatorial 15%
Acionistas variados 67%