Ainda antes da estreia dos voos comerciais com partida e chegada na Base Aérea de Canoas, a coluna havia observado que os preços estavam altos. Agora, leitores estão constatando que uma ida e volta a São Paulo - pouco mais de 2 mil quilômetros nos dois trechos - pode chegar a R$ 3 mil - valor semelhante a um dos trechos entre Porto Alegre e a Europa - ao menos 9 mil quilômetros, em uma só direção -, quando havia essa possibilidade.
O final da frase anterior dá pista sobre a causa do custo elevado: a "lei da oferta e da procura". Conforme a regra, quando a oferta cai e a procura se mantém ou cresce, o preço fica maior. Há outras combinações, mas no momento é essa que se manifesta.
A coluna procurou as empresas que estão operando entre Canoas, Campinas e São Paulo. Ao menos uma das companhias aéreas admite esse efeito ao listar as causas do preço alto.
Em nota, a Gol afirma que "os preços das passagens aéreas são dinâmicos em praticamente todo o mundo e influenciados por fatores como taxa de ocupação do voo (muitos estão lotados), demanda por trecho, a data da compra em relação à viagem, época do ano, entre outros".
A Azul também cita "fatores externos, como a alta do dólar e o preço do combustível, por exemplo, são elementos que influenciam nos valores das passagens".
Como assim, dólar? Embora aparentemente não existam gastos em moeda americana no transporte entre Canoas e São Paulo, os custos das companhias são indexados à divisa, especialmente os relacionados à "compra" das aeronaves (a maioria das contratações é por leasing, feitas em dólares).
Segundo a Latam, os preços variam com vários fatores, como compra antecipada, disponibilidade, preço do combustível, sazonalidade, origem e destino do voo. A companhia lembra que, no Salgado Filho, tinha cerca de 20 voos diários. Em Canoas, está limitada a dois voos diários, "que majoritariamente estão ocupados por remarcações de passageiros que já tinham adquirido bilhetes para Porto Alegre".
Em tempo: diante da maioria das justificativa para o aumento das passagem aéreas de e para Porto Alegre, que precisa viajar tem pouco a fazer. Mas há uma atitude que pode amenizar o impacto do preço alto: comprar com a maior antecedência possível.
*Colaborou João Pedro Cecchini